segunda-feira, 27 de junho de 2011

IRACEMA. (José de Alencar)

Pesquisa e trabalho escolar de Maria Auxiliadora de Carvalho.
Parte I.
José Gonçalves dos Santos, português, e Bárbara de Alencar, raça de gente pernambucana, são os avós de José de Alencar . A família reside em Barbalha, sopé da serra do Araripe, no Ceará. No ano de 1794, nasce José Martiniano de Alencar que, desde moço, revelaria pendores políticos e revolucionários, atingindo os postos de presidente da província e senador do Império.
Em 1829, primeiro de maio, nasce o romancista, em Mecejana. A certidão registra primeiro de março; mais tarde, ao matricular-se na Faculdade de Direito de São Paulo, ele se dará como nascido a 28 de março. Mas a família comemorava a data certa: primeiro de maio.
Com onze anos, José de Alencar está matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Em 1846 está em São Paulo, na Faculdade do Largo de são Francisco. Em 1848, faculdade de Olinda. Nesse tempo, escreve “A Alma do Lázaro” e “Guerra dos Mascates”. Vai ao Ceará, e reencontra a paisagem natal, revive o encantamento pelos índios. Surgem os primeiros sinais de “O guarani” e “Iracema”.
José de Alencar, como romancista, tem sua obra deliberada e conscientemente nacional. Sentimento de brasilidade. Político valente e combativo.
A glória não veio sem o sentimento da inveja e incompreensão dos incapazes e retrógrados.
Com objetivos bem definidos, guiado por motivos muito claros e
concretos, José de Alencar idealiza e escreve Iracema em 1865. Esta não é uma obra isolada, criada em meio a fantasias, faz parte de um grande projeto intelectual.
Naquele momento histórico, os intelectuais brasileiros, procuravam formar o rosto, a alma da nação. Os traços desse espírito coletivo e indefinido precisava ser delineado.
Iracema, “lábios de mel”, será o modelo de mulher para a pátria brasileira. Mais que indígena, ela parece responder a conceitos europeus, apesar de estar revestida com elementos próprios do solo americano. Ela é descrita dentro dos padrões que a nossa cultura cristã e ocidental determinam, tanto no sentido ético como no estético. Mesmo assim, ela serve como catalisador das características que irão definir a brasilidade. A história serve como cenário para legitimar algumas ações e para criar, principalmente, aproveitando o choque de culturas, o suporte de uma cultura brasileira. Analisando, veremos que, Iracema é um anagrama de América, conforme já havia sido dito por Ribeiro Couto, com toda a carga de simbolismos que possa ser imaginada.
[...]
Leia a parte II. Clique aqui.

Um comentário:

  1. nossa!!
    parabéns pela análise... espero que continuem com tal competência!!

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